Cultura da beleza dos jovens
“A moda e os modos que vemos e não conhecemos.”
Belos e perfeitos corpos nus, também inteiramente despidos de erotismo e sensualidade, propagam os ideais de um estado e de uma política autoritários, mobilizando milhões de espíritos e mentes e massacrando outros milhões de corpos.
Corpos jovens em multidões caminham juntos em espaço público, braços erguidos demonstrando discordância e protesto, e conduzem a mudanças nos destinos da história.
Corpos dilacerados estampados na imprensa e veiculados pela televisão contam histórias de violência e terror, de sangue e morte, reavivam no dia a dia as memórias e as narrativas trágicas de tempos de destruição.
Corpos esquálidos, projetos de cadáveres, são retratos e relatos vivos de tempos de fome e miséria, retratos do desequilíbrio que o planeta não consegue administrar.
O que todos estes e ainda muitos outros corpos têm em comum em sua imensa diversidade de aparência? Não resta dúvida que não são apenas corpos, mas também meios de comunicação, aquilo que hoje se chama "mídia".
Introdução
Ao pensar na temática “cultura da beleza dos jovens”, implica-se ampliar o conhecimento sobre o que é cultura. Nessa perspectiva, podemos compreender a cultura como praticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade.
A cultura é mutável assim como a beleza. A cultura é constituída por costumes e instruções de um povo, como seu modo de agir. É o meio pelo qual o homem se adapta as condições de existência transformando a realidade, ou seja, diferenciando-a. Contudo a beleza física também é transitória, ou seja, passageira, o que é belo hoje, não permanecera bela ao passar-se 20 anos. Porem, quando nós referimos à beleza dos jovens, notifica-se que já existe um padrão de beleza determinado na sociedade, padrão este caracterizado como algo durável. É necessário analisarmos que a beleza mudou muito nos últimos tempos. Na época da renascença o padrão “gordinha” era sinônimo de beleza, pois demonstrava que a família da referida mulher era abastada. Na idade mídia, a ideia de fertilidade imposta como contraponto e matanças ocorridas nas cruzadas, trazia uma mulher de quadril largo e ventre avolumado.
A sociedade em seu processo de desenvolvimento está sempre diversificando, com isso a beleza possui também essa diversidade. Portanto ao analisarmos o conceito de moda é perceptível a efemeridade, ou seja, a transitoriedade. E assim como a moda, os conceitos de beleza também possuem essa característica, ou seja, o que se considera atraente em uma mulher, não dura para sempre. Tudo depende da moda dominante, da cultura de determinada época, da etnia e das diferentes percepções de quem analisa.
Não existe um conceito de beleza definida mais ao refletirmos sobre a beleza padrão do séc. XXI é perceptível que no Brasil predomina a beleza Europeia. Com isso para ser considerado belo é preciso ter cabelos lisos, loiros, olhos azuis, magrinhas e passivas.
Observa-se que, nos dias atuais são francamente decadentes, tanto o padrão de beleza feminina quanto a masculina. No padrão de beleza feminino enquadram-se mulheres esqueléticas, estilo Gisele Bündchen para conseguirem esse perfil modelo, as mulheres fazem uma dieta super rigorosa, arriscando assim sua saúde e ainda fica sem nenhum predicado físico que chame atenção do sexo oposto. E quando percebem isso, gastam uma fortuna em cirurgias plásticas.
Já o padrão de beleza exigido atualmente são homens com músculos enormes e sem pelos no corpo. Para isso, os homens vão para academias e se desesperam fazendo exercícios para aumentar os músculos. Quando percebem porem que os exercícios não são milagrosos, eles começam a fazer uso dos anabolizantes, que podem causar impotência sexual.
Esses padrões chegam até os jovens através da mídia, que quer acima de tudo vender sua ideia. Basta abrirmos as revistas, ligarmos a TV, olharmos outdoors pelas ruas e lá estão expostos corpos esquálidos como ideal de perfeição feminina, sem falar do culto a malhação - imagens que pouco refletem os padrões reais da grande população.
A cada dia proliferam academias, clínicas de estética, novos tratamentos antienvelhecimento.
Contudo é necessária uma reflexão mais ampla sobre este assunto, por que é necessário seguir este padrão de beleza? Para conseguir a ilusão de bem estar físico e mental os jovens submetem-se a situações absurdas como inúmeras dietas, intensos exercícios físicos e cirurgia plástica.
Objetivos
ü Objetivo Geral:
· Discutir as práticas culturais relacionadas a noção de moda jovem, compreendendo os padrões de beleza e estética compartilhada pelos jovens brasileiros do século XXI.
ü Objetivos Específicos:
· Refletir a insatisfação dos jovens brasileiros com o seu corpo
· Problematizar a influencia da mídia no processo de constituição de padrões estéticos estereotipados
· Analisar a concepção de beleza e moda ditada pela sociedade
· Compreender as consequências da busca incessante pela beleza padrão
· Como um fator de risco para a saúde e bem estar dos
jovens brasileiros do séc. XXI.
· Discutir a crescente baixa autoestima que vem
atingindo cada vez mais os jovens.
Justificativa
É necessária uma maior analise sobre esta temática, cultura da beleza dos jovens. Pois ao tentarmos uma compreensão mais ampla é perceptível que os jovens brasileiros de faixa etária de 12 a 30 anos estão sem rumo, deixando influenciar-se por uma mídia capitalista. É necessário problematizar a não existência de um conceito de beleza definido, pois a cada época nascem pessoas diferentes, que vivem em ambientes diferentes, evidenciando a mutação existente na beleza.
Os jovens acabam por ser envolvidos por este mundo de ilusão e são levados a consumir o que acham que possa os aproximar do glamour. O que fazer para ter o corpo perfeito? Estas perguntas podem fazer muitas pessoas infelizes, angustiados ou no mínimo ansiosos, principalmente quando a realidade esta muito distante desse mundo idealizado e irreal. Beleza e juventude são as qualidades mais desejadas nos dias de hoje.
Os jovens são os mais afetados logo devem ser os que precisam de maior atenção, na tentativa de alcançarmos uma melhoria mais ampla na sociedade. A reflexão sobre esta temática é importante, pois a sociedade expressa a insatisfação que os jovens brasileiros do séc.XXI demonstram com o próprio corpo, com isso aderem uma busca incessante pela beleza padrão, buscam a ilusão de bem estar para fugir do contato inevitável com uma parte da realidade e acabam assim muitas vezes se prejudicando tanto fisicamente, quanto psicologicamente, portanto é necessário compreender que a beleza é relativa, com isso não se deve aderir a nenhum padrão, pois beleza está inteiramente ligada a bem estar física e mental.
A insegurança com a autoestima fazem com que os jovens busquem cada vez mais serem aceitos pela sociedade. Os jovens ultimamente andam sofrendo, ou até se revoltando contra a vida ou contra Deus, porque não tem aquele corpinho de “top model” ou aquele cabelinho como a da artista da novela; ou porque não é um rapaz que tem aquela musculatura especial... Ou por sua estatura ser pequena... A mídia colocou na cabeça dos jovens que o “mais importante” é ser bonito de corpo, esbelto, magro, segundo os “padrões de beleza” dos que ditam a moda para os outros. A propaganda colocou em sua mente uma grande mentira de que se você não tiver aquela calça “da moda” ou aquela camisa “de marca”, então, não poderá ser feliz.
Com isso vejamos que os jovens brasileiros se tornam consumistas cada vez mais cedo, acomodados, individualistas e, sobretudo, vaidosos – muito vaidosos. Trata-se de uma auto definição. Pitadas extras de narcisismo são parte da natureza adolescente. No caso dos jovens brasileiros, no entanto, tudo indica que há um certo exagero na dose. Entre os anos de 2002 e 2003, o número de jovens que se submeteram a cirurgias plásticas no país cresceu 45%, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Mais de 11% do total de plásticas realizadas no país são feitas em pacientes de até 20 anos. Eles são jovens, fortes e bonitos. Mas isso não basta quando o importante é manter a vaidade saciada e autoestima elevada. Hoje, 10% das cirurgias plásticas feitas na Bahia são realizadas em adolescentes que sequer chegaram aos 20 anos. Retirar as gordurinhas, afilar o nariz e dizer adeus às orelhas de abano tem sido o sonho da garotada. Em todo Brasil o índice de plástica chega a 15% quando a faixa etária oscila entre 14 e 18 anos.
A partir desta temática ambicionamos conscientizar os jovens brasileiros atingidos por este padrão de beleza inexistente, é necessário esclarecer o real conceito de beleza que não constitui em uma ditadura, pois beleza esta inteiramente ligada à bem estar e não se deve ser obrigado a seguir nenhum padrão. Mas como conscientizar os jovens para a melhoria de algo que eles nem imaginam estar prejudicando a própria saúde? Portanto é necessário ir as ruas em busca de diálogos com os jovens, na expectativa de melhorias de vida. Pois quando a ficção torna-se realidade é hora de fazer documentário.
